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O Esférico

Página independente de apoio ao Sporting Clube de Portugal. Opinião * Sátira * Análise * Acima do Sporting Mais Sporting

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O Esférico

11
Jun20

A Comunidade Científica Que Investigue

O Esférico

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A teoria da relatividade assume comportamentos bizarros nos jogos do Benfica e deveria, por si só, suscitar a preocupação da comunidade científica.

Entre o jogo da semana passada e o jogo de ontem em Portimão jogaram-se 17 minutos de tempo suplementar — 7' num e 10' noutro.

Assim à vista desarmada parece-me que há uma anomalia no eixo resultado-tempo que gravita à volta dos encarnados, na medida em que o tempo encolhe ou dilata-se consoante o resultado no marcador.

Resultados negativos parecem ter o efeito de dilatar os descontos e o número de remates para o ar de Dyego Sousa. Resultados positivos parecem ter o efeito de encurtá-los (como aconteceu nos últimos triunfos do Benfica — nos distantes tempos de D. Dinis — frente a Gil Vicente e Belenenses, em que os descontos se ficaram por uns austeros 4 minutos).

É estranho como a percepção das paragens do jogo se torna muito mais minuciosa nuns casos do que noutros.

Temo que, no futuro, uma eventual desvantagem no marcador implique mais 15 ou 20 minutos do imperdível espectáculo de Bruno Lage a contemplar, de mãos nos bolsos e olhar mortiço, a bainha do seu fato de treino Lacatoni.

É que a este ritmo de desaires o Benfica é capaz de chegar ao final da época com mais dois jogos inteirinhos nas pernas do que os restantes rivais — uma grave discriminação cronológica.

Entretanto, enquanto Vieira e Lage foram de mãos dadas ver o mar — quiçá em busca dum caminho marítimo para o Seixal desprovido de viadutos —, o líder encarnado conseguiu completar mais 24 horas sem pronunciar as palavras "claques" ou "No Name Boys" — um feito assinalável, dadas as circunstâncias.

05
Mar20

Casino de Alvalade

O Esférico

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Desde que um tal de José Mourinho deixou Vilarinho pregado à cadeira para vir a tornar-se um mito ao serviço do Porto, a busca pelo próximo profeta do futebol nacional tem sido a principal demanda pelo Santo Graal em terras de Marcelo I. Desde então, muitos ameaçaram vestir o sagrado manto. Villas-Boas, Domingos, Conceição — sem efeito. E até um certo sr. Azenha tinha "metodologias muito semelhantes" ao profeta sadino, até o Benfica lhe despachar a carreira com um 8-1 e um lacinho. Pelo caminho, fomos todos apanhados na curva por um certo mister de juba folclórica, cujo apelido de mártir Nazareno prometia frugal carreira, mas que veio a revelar-se praga tramada para os adversários: o superlativo Jorge Jesus.

Chegados a 2020, o Sporting também julga ter encontrado o seu Santo Graal. Talvez sentindo os augúrios da lenda em formação — e escaldada pelas fugas anteriores de Mourinho e Villas-Boas —, a SAD decidiu jogar na antecipação. Amorim, O Conquistador, já não será coroado em Benfica e Porto nos próximos tempos. Resta saber se, no Sporting, não passa de Conquistador a Marreta num ápice, engolido pelo anti-ciclone de Alvalade.

Amorim tem 2 meses de treinador no 1º escalão e custa 10M aos cofres do clube. É, portanto, mais uma aposta de risco elevado para Varandas, que tem por hábito falhar nestas jogadas de casino. A lógica mandaria que Silas aguentasse o barco até Maio. Afinal, já não perseguimos qualquer título, e mudar de técnico agora acarreta o risco de estarmos a entregar um cálice envenenado ao novo incumbente. Mas lógica não é propriamente o forte desta gestão. É pesar os pressupostos austeros da época contra este investimento inédito num técnico. E agora liquidou parte da almofada que tinha para o verão e dotou, por tabela, o Braga de um orçamento de leão.

Mas é preciso ressalvar a subjectividade de tudo. Há treinadores que fazem muito com pouco (Bento era um desses), e há treinadores que fazem pouco com muito (Lopetegui, por exemplo). O plantel do Sporting não é tão mau como os números indicam. Com um dedo atencioso, há margem para melhorar. Mas mesmo o técnico mais dotado não pode trazer o paraíso à Terra se não tiver as ferramentas certas — ou se for minado pela mesma estrutura débil que orquestrou o descalabro presente.

Há também um lado mais racional na questão. Arrisca-se porque há a muda admissão de que se bateu no fundo. Joga-se com a aura transcendental que Amorim angariou em pouco tempo para reanimar o sonho. Se, por acaso, nestes 2 meses, o futebol melhora, e os resultados também, isto poderá dar o impulso para a época seguinte que de outro modo não se conseguiria. Com a justiça prestes a desabar sobre o Benfica, e o Porto em processo de bancarrota, este momento pode ser fulcral para dar um golpe de asa e virar as nossas sortes.

Amorim teve um início arrebatador ao serviço do Braga. Tragou Sporting, Benfica e Porto num ápice, escorregou na Liga Europa, mas rapidamente consolidou o 3º lugar. Tanto quanto sei, Amorim pode ser a próxima grande invenção do futebol nacional. Ninguém pode, para já, garantir o contrário. E, se assim for, a exorbitância agora investida parecerá coisa pouca daqui a um ano. O futebol é fértil em impulsos, e convém ter algum recato antes de sabermos os resultados.

Tudo o resto me parece secundário. Nada me interessa a ligação passada de Amorim ao Benfica. Nada me interessam os pruridos éticos invocados (se as regras o permitem, o SCP tem que servir-se delas para agir no que julga ser do seu superior interesse). A mim apenas me interessa que Amorim justifique os lisonjeios que tem recebido — merecidamente — de todos os lados.

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