Rosenborg 0 Sporting 2
Visto que amanhã não me será possível escrever o habitual artigo, deixo aqui uns comentários muito breves ao jogo.
— Foi o desempenho mais consistente da era Silas. Pragmático o treinador na forma como neutralizou o jogo directo dos noruegueses, reforçando o miolo, o eixo da defesa, e secando as zonas de onde poderiam partir os passes. O Rosenborg não criou um único lance de perigo pelo ar.
— Consistente ou não, o Sporting continua a viver de ofertas e erros do adversário, como o provam os golos de hoje, marcados por um centrocampista e um central. Não há uma verdadeira linha atacante na equipa. Muito curto para quem almeja ganhar títulos.
— O abrandamento na 2ª parte foi um risco calculado face à vantagem, às limitações do Rosenborg e ao próximo jogo já no Domingo. Aposta ganha, para variar.
— Eduardo: o melhor que se pode dizer do seu futebol é que os seus passes a queimar, ao menos, acertam nos colegas. Isto quando não está meramente a desmarcar os apanha-bolas. Também ao betão dos diques não pedimos que seja dinâmico ou cite Platão. Eduardo é um pedregulho que ali se mete.
— Rosier: no sentido em que não comprometeu, o francês atingiu o seu plafond exibicional ao serviço do Sporting.
— Doumbia: é bom vê-lo a elevar-se um bocadinho acima da banalidade que o tem caracterizado, desempenho facilitado pelo presença de outro médio defensivo ao seu lado. Resta saber se é capaz de reproduzir isto a solo, como William Carvalho. Não me parece.
— Vietto reforçou a trajectória ascendente da sua afirmação. Bruno Fernandes não sabe jogar mal: só bem ou muito bem. Após um período periclitante, Coates responde com força mental e volta a mostrar porque é um dos melhores centrais que por cá passou nos últimos 15 anos. Renan é aquela tela esbatida que os nossos avós tiveram a decorar a marquise a vida toda e que anos depois vimos a descobrir que se trata dum Renoir avaliado em milhões.
— Borja: notou-se a falta de concentração competitiva para este nível. Quase sempre displicente em actos basilares do futebol, como são o toque de bola, o passe ou o mero levantar da cabeça.
— Pela seriedade inaudita com que a equipa encarou este jogo, dá para perceber que já interiorizaram que na Liga Europa é que está a salvação da época. Assim, o apuramento para os 1/16 final ganha força.