Juve Leo, Organização Terrorista
Diz a lei de combate ao terrorismo em vigor:
"Considera-se grupo, organização ou associação terrorista todo o agrupamento de duas ou mais pessoas que, actuando concertadamente, visem prejudicar a integridade e a independência nacionais, impedir, alterar ou subverter o funcionamento das instituições do Estado previstas na Constituição, forçar a autoridade pública a praticar um acto, a abster-se de o praticar ou a tolerar que se pratique, OU AINDA INTIMIDAR CERTAS PESSOAS, GRUPOS DE PESSOAS OU A POPULAÇÃO EM GERAL".
E prossegue, tipificando os actos enquadráveis no conceito, entre os quais:
"a) Crime contra a vida, a integridade física ou a liberdade das pessoas;
c) Crime de produção dolosa de perigo comum, através de [inter alia] libertação de substâncias radioactivas OU DE GASES TÓXICOS OU ASFIXIANTES, etc"
Portanto, face ao que tem sido um comportamento consistente de agressões e ameaças, que conheceu episódios como o de Alcochete, a espera no Funchal, o arremesso de tochas contra atletas do Sporting, as invasões à garagem dos jogadores, a perseguição ao plantel nas ruas de Londres, o "Alcochete sempre", a invasão de bancadas no João Rocha, as tentativas de agressão aos órgãos sociais do clube, a destruição de carros, culminando ontem nas repugnantes agressões a membros do conselho directivo do SCP (incluindo a vil humilhação de uma rapariga de 16 anos), creio ser a hora de chamarmos os bois pelos nomes. A Juve Leo cumpre hoje vários dos requisitos apensos a uma organização terrorista. A Juve Leo é uma organização terrorista. Opera em território nacional. A sua religião é o ódio. O ódio pelo clube em tudo o que difere da sua visão medieval. E os aterrorizados somos nós, adeptos sportinguistas, atletas sportinguistas, funcionários sportinguistas, dirigentes sportinguistas.
O governo tem, por isso, nas suas mãos os meios legais para uma acção musculada contra este e outros grupos. Estamos perante uma epidemia de violência que devasta todos os estádios do país. Se não age, é por manifesta falta de vontade política. Falha na mais sagrada das missões: proteger os cidadãos, punir os infractores. É desgoverno em vez de governo. Não serve.
Sejamos muito claros. O que está aqui em causa é a própria sobrevivência do SCP. Ser ou não ser, eis a questão. Tudo se resume a isso. Há anos que bato na mesma tecla. Era tudo tristemente previsível. Mas repito, ainda assim: mais urgente do que mudar o plantel é desmontar estes grupos, reconquistar a bancada sul e devolvê-la a todos nós. A mensagem que este tipo de actos envia é clara: dirigentes, sócios ou atletas, ninguém está a salvo. Por cada pontapé há uma renovação que fica em risco, por cada tocha há um reforço que não vem, por cada cuspidela há um investidor que desiste, por cada soco uma Gamebox que fica por vender. Com isto, o seu objectivo fica estabelecido: matar o clube.
Virão agora aqueles que dizem pertencer à referida claque apenas por exaltado afecto leonino. "Há muita gente decente nas claques", dizem eles. Lobos em pele de cordeiro, cuja nobreza de carácter seria melhor provada se se distanciassem de tais grupos, ao invés de fazerem tão desconchavada defesa. A cumplicidade destes, se não é material, é seguramente moral. Tal como o é a cumplicidade de toda e qualquer claque que toma como suas as dores desta súcia de fanhosos. Conheço bem a laia. Fortes com os fracos, fracos com os fortes. Selvagens em matilha, mas lacaios de brega quando sós, às ordens da avozinha que lhes faz os papos-secos com marmelada ao lanche.
Se há gente decente nestes grupos, é por eles que (também) passa a solução. Saiam, lavem-se de pecados, rompam com este esfíncter gretado em sal, este ralo de pilosidades sebosas, este joanete a céu aberto, este traque cozido atrás da barraca, este urinol clandestino de idiotas, estas excrescência de tumores purulentos, esta gonorreia contraída em fétida viela e ejaculada em antros de fake news virtuais — latrina de chapa liderada por sobas pançudos criminalmente laureados.
Quanto a Frederico Varandas, mais do que rasgar as vestes, o que deve fazer é admitir os seus erros, fazer reset ao projecto e largar os pesos mortos que tem na estrutura. Em suma, ajude-nos a ajudá-lo, por favor! Pelo Sporting, pelo bem comum. Seja humilde, rodeie-se dos melhores.
Perante isto, a vitória do Sporting cai obrigatoriamente para segundo plano. Mas também por causa disto, deu-me um gozo tremendo.
P.S.: mais de 24 horas após o sucedido, ainda não ouvi uma única palavra de solidariedade por parte de putativos candidatos e opositores. Um silêncio que vale por mil palavras. Fica registado.